Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2050 29% da população brasileira terá mais de 60 anos.
Estas pessoas demandarão novos serviços e produtos, especialmente na área de saúde. Por isso, cresce o número de centros e abrigos de longa permanência no País, especialmente na área pública.
De acordo com a especialista em Arquitetura de Sistemas de Saúde, Fernanda Moura Medrado Santos, na monografia “Centros Integrados de Cuidado ao Idoso: Arquitetura e Humanização”, algumas doenças que afetam mais aos idosos devem ser levadas em conta na definição da estrutura física dos ambientes:
- Sistema Nervoso Central – Demências, Doenças neurológicas, Padrões de sono, Delírios, Depressões;
- Aparelho Locomotor - Limitações físicas incapacitantes, Artropatias, Imobilidade, Instabilidade postural / quedas, Reumatismos;
- Sistema Cardiovascular - Arteriosclerose, Hipertensão, Cardiopatias;
- Sistema Respiratório - Afecções pulmonares;
- Sistema Urinário - Perturbações renais
Os centros também devem ter como referência as diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa:
- Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
- Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;
- Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;
- Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa;
- Estímulo à participação e fortalecimento do controle social;
- Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa;
- Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
- Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; e
- Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Segundo a autora, idealmente, as unidades devem ter:
- Dormitórios, para no máximo 4 pessoas, separados por sexos e dotados de banheiros;
- Áreas para desenvolvimento de atividades voltadas aos residentes e usuários: sala de convivência, sala de atividades coletivas para no máximo 15 usuários, sala de atividades físicas, hidroginástica, salas de aulas entre outras;
- Sala de atividades de apoio individual e sócio-familiar;
- Banheiros coletivos, separados por sexo, com no mínimo um box adaptado para acesso de cadeira de rodas;
- Espaço ecumênico e ou para meditação;
- Sala administrativa;
- Sala de reuniões;
- Refeitório com área mínima de 1 m² por usuário, acrescido do local para guarda de lanches, e lavatórios para higienização das mãos;
- Cozinha com despensa;
- Lavanderia;
- Local de guarda de roupas de uso coletivo;
- Local de guarda de materiais de limpeza;
- Almoxarifado indiferenciado;
- Vestiário e banheiro para funcionários
- Abrigo de resíduos externo a edificação;
- Área externa descoberta para convivência e desenvolvimento de atividades ao ar livre, com jardim e bancos para integração;
- Utilização de rampas, corrimãos, pisos adequados.
Fernanda também recomenda o plantio de hortas e jardins como atividade ocupacional e de integração, uso de materiais que reduzam ruídos, especialmente nos dormitórios, controles para interfone, luz, telefone, televisão e rádio de fácil alcance e manuseio para o paciente e iluminação adequada, considerando-se que um idoso necessita de três vezes mais luz do que um jovem para realizar suas atividades diárias.
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